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"Há certas leituras que nos fazem tomar consciência de que nada vivemos, nada sentimos, nenhuma experiência temos. Só agora me dou conta de como as minhas experiências eram pura e simplesmente mecânicas, anatômicas. Os sexos tocavam-se, confundiam-se, sem provocar qualquer faísca, qualquer sensação, qualquer perturbação. Como vir a conhecer tudo isto? Como poderei eu começar a sentir - a sentir mesmo? Gostaria de ficar tão apaixonada que só de ver ao longe o ser amado me sentisse abalada, trespassada, sem forças, ficasse a tremer e a derreter-me toda entre as pernas.
Eis como eu gostaria de amar, tanto que só de pensar no objecto amado atingisse o orgasmo."
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"Vejo em mim duas mulheres bizarramente ligadas uma à outra como gêmeos de circo.Vejo-as arrancarem-se uma da outra. Consigo mesmo ouvir o rasgão, a ira e o Amor, a paixão e o sofrimento. Quando esse ato-deslocação de repente pára - ou quando deixo de ter consciência do som - o silêncio torna-se então ainda mais terrivel uma vez que à minha volta não há senão loucura, a loucura das coisas que atraem coisas de dentro de cada um, raízes que se afastam para crescerem separadamente, tensão provocada para atingir a unidade"
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"Não há duas peles de igual textura; nunca é a mesma luz, a mesma temperatura, as mesmas sombras, nunca são os mesmos gestos; porque um amante, quando animado do verdadeiro amor, é capaz de vencer séculos e séculos de ciência amorosa. Quantas mudanças de tempo, quantas variações de maturidade e de inocência, de arte e de pervercidade..."
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"Só o bater em uníssono do sexo e do coração pode provocar o êxtase."
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"Me nego a viver em um mundo ordinário como uma mulher ordinária, a estabelecer relações ordinárias. Necessito o êxtase. Não me adaptarei ao mundo. Me adapto a mim mesma."
Anais Nin
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